Senador que se diz defensor da liberdade de expressão tenta calar jornalista na Justiça

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Causa estranheza — para não dizer indignação — a notícia de que o senador Magno Malta (PL), autoproclamado defensor da liberdade de expressão e porta-voz de Bolsonaro no Espírito Santo, decidiu processar criminalmente o jornalista Wanderson Amorim. O “crime” do colega? Publicar um artigo de opinião questionando a liderança do senador no próprio partido.

Não houve no texto original adjetivos ofensivos ou ataques pessoais. Pelo contrário: o tom foi moderado e o conteúdo, pautado em análise política legítima. Ainda assim, o parlamentar optou pelo caminho judicial — expediente que, ironicamente, lembra práticas autoritárias tão criticadas por aqueles que dizem defender a democracia.

O que teria levado Malta a agir assim? Teria sido o desconforto de ver lembrado seu histórico de proximidade com todos os presidentes desde FHC — passando por Lula, Dilma e Temer — até chegar a Bolsonaro? Ou a menção à expressão “coveiro do PL”, usada para ilustrar a má performance do partido nas últimas eleições e a saída em massa de aliados?

Processar um jornalista por expressar opinião fundamentada é gesto que soa pequeno e contraditório para quem se coloca como paladino da liberdade. Mais do que atingir um profissional, a ação constrange a direita capixaba, o próprio Bolsonaro e todo o grupo que afirma lutar contra a censura.

Se esse é o conceito de “liberdade de expressão” defendido pelo senador, resta a pergunta: estaremos diante de um novo tipo de censura — agora praticada por quem jurava combatê-la?

Veja abaixo o artigo de opinião que motivou ação desproporcional do senador Magno Malta contra jornalista.

Magno Malta: Ambições políticas e os riscos que podem torná-lo coveiro do PL no ES

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